No dia 29 de maio, 62 alunos da Escola Secundária Dr. Joaquim de
Carvalho deslocaram-se até ao Centro de Congressos do Estoril, em Cascais, para
assistirem à 5ª edição das Conferências do Estoril, cujo tema geral é Migrações
Globais: Leaving Home in a Globalized
World.
As
Conferências do Estoril, já 5ª edição, a decorrer de 29 a 31 de maio, são um
palco de debate entre os maiores pensadores de todo o mundo, centrado nos
problemas inerentes à globalização. São organizadas pelo Estoril Institute for Global Dialogue, com o apoio da Câmara
Municipal de Cascais, e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da
República Portuguesa. Para Amish Laxmidas, representante da Juventude das CE
2017, “a Cimeira da Juventude é um palco para todos os jovens em que a sua
opinião conta”.
A
organização deste evento convidou a Escola, por meio de dois embaixadores da
mesma, ex-alunos da Escola (Manuel Santos e David Monteiro), a estar presente
com alunos entre os 16 e os 19 anos. Para a sua seleção, a Escola definiu como o
critério as melhores classificações a Filosofia no 10º ano.
O dia 29 de
maio foi o dia da juventude e os alunos tiveram a possibilidade de ouvir os principais
oradores, Rajendra Pachauri (Nobel da Paz 2007, em nome do Painel
Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), do qual era
presidente) e Fareeda Khalaf (autora do livro The Girl Who Beat ISIS, vítima
de limpeza étnica e escravidão sexual).
Conquistar a
força da juventude para o combate a todas as práticas que ponham em causa o
futuro do Planeta foi o desafio lançado pelo Nóbel da Paz Rajendra Pachauri, do
palco das Conferências do Estoril para todo o mundo. Percursor de um novo
movimento para a juventude, o “movimento pop”, Pachauri pediu que os mais de
mil jovens presentes assumissem o compromisso de influenciar os líderes do
mundo.
A “Rapariga
que venceu o ISIS” fez um relato dramático sobre o seu calvário no cativeiro às
mãos dos jiadistas do autoproclamado Estado Islâmico (ISIS) no norte do Iraque
e emocionou a planeia. Há três anos, Fareeda viu a sua aldeia ser atacada pelo
Estado Islâmico, viu o seu pai e o irmão serem mortos, foi sequestrada e usada
como escrava sexual. Fareeda Khalaf contou, em lágrimas, a sua história, depois
da vila onde morava ter sido ocupada pelos militantes do EI. Contou ainda as
atrocidades que os militantes extremistas cometeram contra a população Yazidi
local. A jovem relatou como ela e centenas de outras mulheres e crianças
Yazidis foram vítimas de violência física e escravidão sexual às mãos dos
militantes do ISIS.
No Estoril,
fez questão de lembrar que ainda há mais de três mil mulheres Yazidis em
cativeiro. “Como conseguiu ser tão forte?”, perguntou uma jovem que assistia ao
seu depoimento. “Antes do ISIS controlar
a minha vila, o meu pai dizia-me sempre para ser forte. E era dessas palavras
que me lembrava, no cativeiro, quando via crianças a serem espancadas e violadas”.
Da
conferência saiu a proposta de criação de um "Passaporte de Segurança
Global" para salvar vidas de refugiados.
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