quarta-feira, 7 de novembro de 2012

À conversa com o professor Fernando Tomé



Algum dia pensou vir a tornar-se professor?
Antes de ser professor, não sabia o que queria ser.

Que disciplinas leciona? Porquê?
Dou Inglês. Escolhi Inglês porque tinha amigos ingleses e comecei a falar inglês muito cedo.

Há quantos anos é professor?
Sou professor há 40 anos.

Se não fosse professor, qual seria a sua profissão?
Se não fosse professor, acho que teria seguido Direito ou Economia.

Qual é o seu ídolo?
Não tenho um ídolo. O meu ídolo sou eu.

Tem alguma filosofia de vida?
A minha filosofia de vida é “Ser como eu sou”.

O que espera fazer no futuro? Quais são os seus planos?
Quero dedicar-me à agricultura e fazer o que sempre fiz.

Houve alguma situação engraçada na sala de aula?
Sim, houve. Há algum tempo atrás, estava na sala de aula e os meus alunos perguntaram-me se podiam terminar um projeto de outra disciplina. Eu disse que sim. Depois, estava a andar pela sala e perguntei-lhes qual era o tema e eles disseram-me que estavam a fazer um trabalho sobre a influência Árabe em Portugal. Com isso, eles disseram-me que tinham feito uma pesquisa na internet, mas que não tinham encontrado nenhum sítio em especial. Foi então que eu me lembrei que havia um museu numa região do Alentejo que falava mesmo sobre esse assunto. Estive 5, 10 minutos a tentar lembrar-me da região, enquanto ia perguntando aos alunos se não conheciam uma vila alentejana onde havia vestígios romanos e árabes. Foi então que uma aluna levantou o braço timidamente e, a medo, perguntou: “Alzheimer?”. Foi uma risota. Na verdade, o nome que não me ocorreu no momento era Mértola.

Soubemos que o dia em que se apresentou nesta escola foi algo atribulado. Quer contar-nos porquê?
Quando vim para a escola, há 37 anos, tinha-me casado recentemente e comprado uma casa na rua D. José I. Tinha a minha primeira reunião nesse dia e saí à pressa de casa. Quando vinha mesmo a chegar à escola, um cão pequenininho perseguiu-me, agarrou-se-me à perna e rasgou-me as calças. As senhoras que estavam com o cão ficaram muito aflitas e pediram muita desculpa. Como já vinha em cima da hora, entrei na escola assim mesmo. Já naquela altura estava na moda! Agora, 37 anos depois e na minha última aula com uma turma do décimo primeiro ano, ao contar esta peripécia, houve uma aluna que se lembrou de ter ouvido a mesma história contada pela avó. Foi assim que fiquei a saber o nome da “fera”, era o Toy.

Quer deixar uma mensagem ao Sinal?
Quero que tenha muitos anos de vida.                                                                                                                                                                                                                         
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1 comentário:

  1. Caro amigo Tomé! Com 4 décadas de professor e 37 na Escola és certamente o decano dos professores. Bem merecias, no mínimo, uma menção honrosa, até porque também humor e juventude de espírito não te faltam. Gostei dessa vocação agrária... Também alinho nisso. Um abraço, J Figueira

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