quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Entrevista ao Professor Luís Paulo

1.Disciplina? Matemática

2.Porque é que optou por esta disciplina? Optei, em primeiro lugar, pela profissão de professor e, só depois, pela área da Matemática, que era uma disciplina de que eu gostava. Digamos que a profissão de professor veio ao meu encontro e eu fui ao encontro dela, e tem sido um casamento feliz.

3.Tem por hábito procurar inspiração para dar as aulas em algo especial? Sim, procuro imaginar que sou eu o aluno, o que teria mais dificuldade em perceber o que gostaria mais. É essa a minha inspiração.

4.Existiu alguma turma que a/o tenha marcado particularmente? De que maneira? Para mim são mais importantes os alunos do que as turmas. Quando abro o baú das minhas memórias o que vejo são rostos, emoções e personalidades que guardo com muito carinho. Os alunos que tenho este ano são, disso tudo, um bom exemplo.

5.Conte-nos uma situação curiosa ocorrida numa sala de aula sua. No ano passado, ocorreu uma situação engraçada. Estava numa aula, e estávamos a falar sobre o conhecimento e a vantagem de as pessoas saberem fazer várias coisas e em que medida o conhecimento ajudava as pessoas a serem polivalentes. Estávamos nessa conversa e eu disse: “Vocês, se calhar, vêem-me como professor de Matemática, mas não sabem que, se for preciso, eu faço um jantar para vocês todos, sozinho!” E eles riam-se e tal, e diziam: “Ah, não é nada!”. E eu: “Sou capaz!”. Entretanto, o assunto morreu. Quando o final do ano chegou, na altura das matrículas, veio uma embaixada deles ter comigo a dizer: “Stor, agora já está na altura, vamos lá marcar o jantar.” E eu disse: “Está bem, tudo bem! Marquem lá vocês, arranjem um sítio para fazer isso.” Então, eles disseram: “Ah, nós já sabemos de um sítio!”. E pronto, ainda convidaram outra turma minha e mais alguns professores; no total cozinhei o jantar para cerca de 40 pessoas!

6.O que mais o/a marcou nos seus tempos escolares? A escola não foi. O que me marcou mais foi o tempo que passei com os meus colegas e, entre eles, os amigos.

7.Concorda com a imagem que a Matemática tem entre os alunos: disciplina difícil e de insucesso? Alguns alunos têm essa ideia. Faço de tudo para lhes dar a volta à cabeça.

8.Tem a percepção de que os alunos têm muitas dificuldades a Matemática? Noto que alguns ainda não percebem que a Matemática é a linguagem da natureza, que é misteriosa e profunda. Não é falada nas séries de televisão nem se pratica no dia-a-dia. É falada apenas por especialistas. E ser especialista dá trabalho…

9. Como se pode contrariar essa tendência? Costumo dizer, na primeira aula, que para ter sucesso em Matemática basta a pessoa ser NTP. N para normal, T para trabalhador e P para persistente.

10. O que mais lhe agrada na nova escola? Gosto dos espaços abertos, da luz, das linhas modernas. Gosto do projecto.

11. Uma sugestão para a nova escola. A escola está a precisar de elementos decorativos que a tornem mais confortável. Gosto da escultura do lápis e da borracha que decorava o jardim. Gostaria que os professores e alunos, sobretudo os dos cursos de Artes produzissem materiais decorativos (escultura, pintura,…), quer para o interior quer para o exterior.

12. Uma mensagem para os leitores do “Sinal”. Ser feliz dá trabalho. Mas ser curioso, gostar de aprender, ter independência intelectual e, sobretudo, ser generoso ajuda muito.




Ana Teresa Lontro 9ºA
Mariana Ramos 9ºA
Sara Jorge 9ºA

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