quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Rota das Bibliotecas- visita à Biblioteca Joanina


No passado dia 30 de outubro, a turma de Línguas e Humanidades e uma das turmas de Ciências e Tecnologias do 10º ano da nossa escola realizaram uma visita de estudo à Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra.
A viagem começou com animação até à sede do nosso distrito e, antes de visitarmos a tão bela Biblioteca Joanina, fomos dar uma “espreitadela” à tão conhecida Sé Velha.
A Sé Velha, de estilo arquitetónico predominantemente românico, é uma das mais antigas sés e é anterior à nacionalidade. Na sua escadaria os enamorados estudantes fazem as serenatas durante a Queima das Fitas.
Já com a ponta do pé na Universidade de Coimbra, descobrimos que esta foi mandada construir por D. Dinis e que foi D. João III que estendeu o ensino superior de Lisboa para Coimbra.
A Universidade de Coimbra é a mais emblemática universidade de Portugal, não só pelas próprias faculdades, como também devido a todas as tradições e histórias que estão ligadas à mesma.
D. João V foi o rei que mandou construir a Biblioteca Joanina, daí o seu nome. Esta foi mandada construir devido ao crescimento da universidade.
Abrindo a imensa porta da Biblioteca Joanina, pudemos confirmar a beleza de que tanto falam: mobiliário revestido a ouro, prateleiras altas cheias de livros e de conhecimentos e um cheiro inconfundível de descobertas e aventuras. Ao observarmos bem, pudemos identificar as diferentes riquezas que o nosso país tinha na época, como o ouro do Brasil e diferentes madeiras exóticas. Nesta biblioteca, que conta com mais de 200.000 livros, estão presentes influências asiáticas ao nível da decoração.
A porta principal cria um isolamento sentido com o exterior, pois a biblioteca é um espaço de estudo e de extrema concentração que não deve ser perturbada com as distrações que vêm da rua.
Se olharmos em volta, reparamos na imensidão de mobiliário em madeira que cria isolamento de forma a proteger os livros da humidade.
Chegado o final do dia, a luz natural que ilumina a biblioteca desaparece e, para não ocorrerem acidentes com as velas, os alunos são obrigados a sair, podendo apenas os professores ali permanecer.
Outra técnica para proteger os tão preciosos livros, neste caso contra pragas de insetos, são os morcegos. Durante a noite, pelas prateleiras altíssimas da biblioteca, esvoaçam morcegos, com a missão de preservar tão importantes fontes de conhecimento.
Algo curioso sobre a Universidade é que esta tinha uma prisão académica, onde eram presos alunos e professores por desrespeitarem as regras, como roubar ou estragar um livro da biblioteca, desrespeitar um professor e até mesmo chegar atrasado!
Havia celas conjuntas e solitárias e era também para lá que iam alunos que tivessem ideias diferentes ou que quisessem mudar o mundo.
Para além da Capela, onde se realizavam cerimónias religiosas, e a famosa via latina onde, naquela época, só se falava o Latim, é importante relembrar a torre da universidade que marcava os horários que apenas eram cumpridos 15 minutos depois, devido ao famoso e persistente “quarto de hora académico”.
A Sala dos Capelos é a sala mais importante da universidade pois é lá que se apresentam as teses de doutoramento, que podem ter mais de 500 páginas!
A Universidade de Coimbra, no seu conjunto, tem imensas aventuras por viver, cantos e recantos por descobrir e curiosidades para matar.
Esta foi uma viagem enriquecedora que nos permitiu abrir horizontes e sonhar um pouco mais alto no que diz respeito aos nossos objetivos futuros.  

Mafalda Infante 10º F


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