Escrevo ferozmente números
E sinais e limites!
Ó limites, vocês resultam-se
E calculam-se e indeterminam-se
Tão lindamente!
E zeros e infinitos!
E multiplicações e divisões!
Que raiva das vossas
Combinações e que amor às
Vossas propriedades!
Vocês existem porque vos existiram
E eu existo para vos destrinçar a existência!
Perfeições! Que rebentam a minha cabeça
Como balas de canhões!
As vossas variáveis
Endoidecem-me e enlouquecem-me,
E eu amo e adoro
Ensandecer à vossa custa!
Ó limites, resolvei-vos ante meus ais!
O meu cérebro compõe-se de exponenciaisE os meus nervos são feitos de funções!
Ah! Sangro gráficos das feridas
Abertas pelas afiadas simetrias!
E dói e arde e é belo!
(Ah… se este binómio discriminante
Fosse maior do que zero e a raiz fosse possível!
O ardor da tua impossibilidade não
Me atormentaria e o meu cérebro
Não queimaria tão violentamente!)
Esquizofrenia latente! E vejo desfilar,
Dormente, Pitágoras, Gausses e Eulers,
Todos à minha frente!
Ó Matemática, se eu me pudesse inteirar de ti completamente!...
João Domingues, 12ºB
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