sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

FILOSOFIA


Vivemos num mundo moderno, numa sociedade dita evoluída, mas que, no entanto, não deixa de ser tristemente limitada a vários níveis. A uma primeira vista, a um primeiro olhar, muitos não se aperceberão da real dimensão dos problemas. É preciso parar por uns momentos, olhar à nossa volta e reflectir seriamente sobre o presente, sobre a realidade em que vivemos, para começarmos a apontar e a desvendar um, outro, todos os podres e pontos fracos de uma sociedade que podem, chegando a um extremo, derrubar e deitar por terra toda uma civilização, toda uma assombrosa espécie humana.


Caminhamos a passos largos para o abismo. No passado, não havia nem metade da tecnologia que há nos dias de hoje. Mas também, de que nos serve, hoje, no presente, tanta evolução a nível tecnológico, se usufruímos de uma bela herança de lagos, rios, mares poluídos; de campos que, de verde e frescura, já pouco ou nada têm; de pessoas maléficas/malévolas e perversas que tornam este mundo num lugar inseguro, onde reina a criminalidade. Já não podemos andar à boleia, pois não é seguro; as crianças já não brincam nem andam de bicicleta sozinhas e livremente nas ruas, porque não é seguro. Respiramos um ar saturado de impurezas nocivas para a saúde, um ar que é tudo menos puro e que também não é seguro (!). Antes, nada era assim. As pessoas eram unidas e sabiam trabalhar em conjunto; hoje, privilegiam-se ridículas individualidades. Hoje, consome-se cada vez mais, gasta-se e desperdiça-se cada vez mais, polui-se cada vez mais… Caiu-se no exagero, na irresponsabilidade, os actos e comportamentos são irreflectidos, nada racionais; a aquisição de bens é desmedida e tornou-se uma necessidade, sendo imprescindível ter a última e mais avançada tecnologia em vários tipos de aparelhos electrónicos ou um guarda-roupa onde a fartura e os excessos são notórios. Será que este mundo em que vivemos é assim tão bom como o pintamos por vezes? Não seria melhor o Mundo em que os nossos pais e avós viviam? E tanta evolução (tecnológica e não só), será que tem assim tantas vantagens quanto isso?


A continuarmos assim, o mais óbvio e provável é que estejamos a fazer uma reserva para um destino tétrico. Um cataclismo ambiental, uma espécie de apocalipse, não seria certamente um fenómeno surpreendente/de admirar, tendo em conta a forma como tratamos a nossa casa global. Sim, os cidadãos esquecem-se que a Terra (planeta) é a sua casa, pensam apenas nos seus ínfimos blocos cúbicos, esquecendo-se da sua base de suporte, da sua “casa-mãe”. Destroem o seu próprio habitat, correndo o risco de essa destruição se tornar numa auto-destruição. O futuro que nos espera é negro…


Ao esgotarmos por completo todos os recursos (esgotáveis) da Terra, como é presumível que aconteça, a vida do Ser Humano vai ser sujeita a uma alteração radical, podendo tornar-se muito complicada ou mesmo, no pior dos cenários, completamente insustentável. Será necessário ou possível a criação de uma segunda dimensão espacio-temporal, uma realidade virtual idêntica ao Matrix, uma dimensão e uma realidade em que a realidade não é, afinal, real. Passará por aí a solução para todos estes catastróficos problemas? E, pensando um pouco, será que já não existe essa dimensão? Não viveremos nós numa realidade virtual? Será que tudo o que nos rodeia é real? O que é real afinal? Sim, o que é a realidade? Será que tudo isto não passa de uma mentira? O que é e qual é a verdadeira verdade? Ao fim e ao cabo, “quem somos? Donde viemos? Para onde vamos? Eu… eu sou eu! Vim da barriga da minha mãe, óbvio! Para onde vou? Isso agora já não sei… só o tempo o dirá!”


Mas será tudo assim tão linear? Será tudo tão simples? Muitos afirmam que sim, preferindo viver numa feliz mas algo ingrata ignorância, sem perguntas difíceis nem respostas ainda mais complicadas. Outros preferem questionar-se. E porque não questionar? Questionar tudo e mais alguma coisa, em busca de respostas, em busca de certezas. Perguntas, hipóteses e teorias pode haver muitas, mas respostas e certezas… essas não encontramos nós. Procurar conhecer mais é sempre importante. Conhecer! E o que é “conhecer”? O que é o conhecimento? Mas… e a liberdade? Seremos total ou suficientemente livres para procurar essas respostas?


Relativamente a um possível “Matrix”, mesmo que tal não exista presentemente (até pode já existir, quem sabe?), considero possível que venha a ser criado, face à crescente Inteligência Artificial (IA) – Com o evoluir da ciência e da tecnologia, haverá, decerto, futuramente, máquinas muito mais evoluídas, tão evoluídas que serão capazes de substituir o Ser Humano em diversas actividades. Essas máquinas adquiririam as características humanas bem como uma inteligência própria. O problema poderia vir a surgir caso essas mesmas máquinas se revoltassem contra o Homem, tornando-se suas inimigas. Aí teríamos um duro confronto, do qual, muito provavelmente, a máquina sairia vencedora. A máquina passaria a dominar o seu criador, o Homem (situação idêntica à do filme “Matrix”). E o que aconteceria depois?


O Futuro é sempre uma incógnita. E não só o Futuro é uma incógnita, como também o próprio Presente e mesmo o Passado o podem e o conseguem ser também. O Ser Humano é um ente tão especial e extraordinário que só ele pode ser considerado um ser temporal (contrariamente aos animais que são seres atemporais), isto é, só o Homem apresenta dimensões temporais, como é o caso do Passado, do Presente e do Futuro.


Se só o Homem é considerado um ser temporal, tendo noção do que será um possível “Fututro”, cabe-lhe a ele e apenas a ele, tentar mudar o rumo dos acontecimentos. É tudo uma questão de escolha. Mas, para tal, não poderá pensar em valorizar simplesmente a individualidade. Se quiser travar este trágico rumo e consequente destino, a Humanidade terá que se unir, lutar e pensar colectivamente. Será necessário um colectivo muito forte…


André Carvalho 10ºD

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